Nova mancha escura aparece no mar entre João Pessoa e Cabedelo
Poluição no Maceió entre os bairros de Intermares e Bessa reaparece meses após denúncia anterior

Uma nova mancha escura voltou a surgir no trecho do Maceió localizado entre os bairros do Bessa, em João Pessoa, e Intermares, em Cabedelo. A cena, registrada por drone, reacendeu a preocupação com a poluição das águas que deságuam no mar naquela região.
A primeira ocorrência foi registrada ainda no início do ano, quando moradores e ambientalistas denunciaram a presença de resíduos escuros no estuário. Na ocasião, análises confirmaram altos índices de poluição, com foco no rio Jaguaribe, apontado como a principal origem do material que escorria até o mar.
Desta vez, imagens feitas novamente por drone mostram uma situação semelhante à anterior, com a mancha se espalhando nas águas do Maceió. Os vídeos circularam nas redes sociais nesta quinta-feira (05), e moradores da região relatam o retorno do mau cheiro e da coloração anormal da água.
De acordo com a Sudema, o Maceió na divisa entre os bairros do Bessa, em João Pessoa, e Intermares, em Cabedelo, é uma região de Mangue. A água acumulada possui grande concentração de matéria orgânica em decomposição, o que confere cor e odor característico. Ainda segundo o órgão, o trecho também recebe contribuição de esgotos de comunidades ribeirinhas e esse é um problema sócioambiental que está em discussão entre o Ministério Público Federal, o Governo do Estado e às prefeituras de João Pessoa e Cabedelo.
A orientação da Sudema é que banhistas evitem o banho de mar em um raio de 100 metros do ponto de desague.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente de Cabedelo informou que se trata de um fenômeno natural, intensificado no período de chuvas, resultado do acúmulo de águas no leito do rio, que possui vazão quase nula durante a maior parte do ano. Associado a isso, existe matéria orgânica do ecossistema de mangue e das contribuições das comunidades ribeirinhas ao longo do curso do rio. Ainda de acordo com a nota, durante o período chuvoso, o aumento do volume de água provoca o arraste de sedimentos, folhas, galhos e outros resíduos naturais que, ao se acumularem na foz, conferem à água uma coloração escura. Segundo a secretaria, este processo é comum em regiões com presença de manguezais e, até o momento, não representa risco ambiental ou sanitário.
A Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa, informou que técnicos da Divisão de Fiscalização fazem, periodicamente, ações de vistorias ao longo do leito do Rio Jaguaribe, num trabalho para identificar pontos de lançamento de esgoto clandestino e outras irregularidades. As ações são feitas em parceria com Superintendência de istração do Meio Ambiente (Sudema), do Governo do Estado, que fez a coleta de amostra da água do trecho do rio para análise. Os fiscais e biólogos da Semam já notificaram estabelecimentos irregulares, encontrados às margens do Rio Jaguaribe. Foram detectados pontos de lançamento de esgoto clandestino e notificados os responsáveis pela criação irregular de animais. Outros trechos do rio estão sendo vistoriados periodicamente.